Esse post é para contar um pouco sobre a experiência de viajar com crianças, dar dicas do que funcionou em cada idade, falar sobre o lado bom e também sobre o lado ruim. Mas como história tem um começo, vamos começar por mim.
Sou paulistana, nascida e criada nesta imensa e agitada megalópole que é a cidade de São Paulo. Mas venho de uma família de imigrantes e migrantes, avós italianos, pais gaúchos do interior do Rio Grande do Sul.
Meu pai nasceu no município de Nova Prata, e ganhou o mundo ainda jovem como caminhoneiro. Criou a família administrando a empresa de transportes e viajava muito. Mudou para São Paulo no final da década de 60 e por aqui ficou, mas nunca deixou de viajar e conhecer outros lugares, e assim eu fui criada: viajando.
Viajava com meus pais a trabalho, a passeio, para visitar a família, de carro, de avião, de ônibus. Não importava muito como ou para onde, mas não me lembro de ter ficado na cidade durante as férias de verão ou de inverno. Os finais de semana também não eram pacatos lá em casa, sempre havia um local para visitar na cidade ou nos seus arredores. São Roque, Itu, Cotia, Embu das Artes, Santos, Campos do Jordão , Sorocaba e muitos almoços de domingo.
Não é a toa que aprendi a amar viagens e novos lugares. Tirei meu primeiro passaporte aos 3 anos! Nunca foram viagens de luxo ou longas, mas viagens em família, com diversão e encantamento por estar na estrada! Perdi a conta de quantas vezes fui a Porto Alegre de carro ou de ônibus, apreciando a vista pela janela, dormindo no colo da minha mãe e com as pernas estendidas no colo do meu irmão.
E minha mãe nunca viajou light, pelo contrário, sempre tinha tudo o que poderíamos precisar e algo a mais! Dessa lembrança vem minha primeira experiência para viajar com crianças, é muito mais difícil viajar com pouca bagagem quando você está com os pequenos. Eles sentem sede, fome, sono e vontade de ir ao banheiro e não dá para esperar! Minha mãe sempre tinha água, biscoitos e sanduíches, o travesseiro, uma pequena toalha e papel higiênico na bolsa!
Cresci e continuei viajando, a passeio, a trabalho, para visitar a família. Casei e continuei viajando, ganhei um companheiro nessa aventura. Aliás, avisei antes mesmo de casar: meu maior vício é viajar e pelo menos uma vez ao ano vou conhecer um lugar novo e explorar o mundo. Perto ou longe não importa, a gente ajeita tudo para caber no bolso, mas vai viajar. Conhecer lugares, pessoas, cultura, novos costumes.
Desde então entraram para minha história lugares inesquecíveis como Moscou, São Petersburgo, Viena, Praga, Budapeste, Paris , Londres , Veneza , Florença , Barcelona , Chicago, Nova York , Natal, Aracajú, Bonito e muitos outros.
Quando meu filho nasceu, há 7 anos, eu já comecei a imaginar quais os lugares que poderíamos conhecer juntos e mostrar quanta coisa linda esse enorme mundo tem para nos oferecer.
E a primeira viagem dele foi para Porto Alegre, e mais especificamente para uma praia próxima de Porto Alegre chamada Imbé, muito famosa para os gaúchos, mas provavelmente pouco conhecida mundo afora, mas foi onde passei a infância e adolescência e onde meu irmão mais velho mora hoje em dia.
Meu filho tinha 1 ano e dois meses. E aqui algumas dicas do que foi essa experiência.
– Crianças de até 2 anos não pagam passagem de avião quando viajam no colo de um adulto, o que pode ser um bom incentivo, pois a viagem em família ainda não vai ficar mais cara! Porém prepare-se para um cansaço maior por ficar com o bebê no colo por tanto tempo.
– Bagagem: como disse antes não tem como viajar light com crianças: mamadeira, fraldas, chupeta, remédios, muda de roupa, papinha – mesmo que a companhia aérea ofereça refeição especial para crianças, não confie que seu filho vai aceitar e gostar. Sempre levei também o travesseiro dele e uma manta por causa do ar condicionado do avião.
– Nem sempre viagens curtas são mais fáceis. Quando viajamos para Porto Alegre meu filho ficou acordado o tempo todo, e aquela 1 hora e meia foram bem longas. Mães em geral ficam sempre apreensivas se a criança pequena vai chorar muito, sentir dor, principalmente na decolagem e pouso. Mas um dos segredos é relaxar (ao menos tentar), assim o bebê também relaxa.
– Para viagens longas eu prefiro os voos noturnos, pois meu filho dorme a noite toda, assim passa mais rápido. Na primeira viagem longa que fizemos, para a Itália, ele tinha 1 anos e 6 meses, foi no colo. Para ele a viagem foi ótima, para mim nem tanto! Eu não consegui dormir nada com ele no colo, nenhuma posição parecia cômoda, nem mesmo por alguns minutos! O ideal é viajar na primeira fileira e pedir o berço. As empresas aéreas disponibilizam essa opção, então pergunte ao comprar a passagem. Outra opção boa é se você puder fazer um upgrade. Na volta usamos milhas para fazer um upgrade para a classe executiva e foram as milhas mais bem gastas numa viagem!
– Converse com o pediatra antes, ele vai dar dicas para facilitar a viagem. Uma das dicas que recebi do pediatra na primeira viagem com meu filho foi para insistir que ele ficasse com a chupeta no pouso e decolagem, pois aquela sensação de ouvido fechado é algo estranho para o bebê e pode causar incomodo e choro. Funcionou muito bem.
– Farmácia – leve os remédios juntamente com as receitas que você está acostumada a dar aos pequenos. Principalmente em viagens para o exterior. As receitas são importantes, pois alguns remédios não embarcam se não tiverem receita.
– Além dos remédios é essencial que você tenha um seguro saúde na sua viagem.
Crianças precisam de rotina, constância e disciplina. Isso dito por médicos pediatras, pedagogos, psicólogos, terapeutas. Existem muitos estudos e trabalhos escritos e feitos sobre isso. Uma mãe sabe também que a criança fica mais tranquila e relaxada seguindo sua rotina já planejada. E uma viagem é praticamente o oposto disso. É aprender com o desconhecido, é comer fora de hora, dormir fora de hora, estar fora de casa.
Ops! Então não é legal viajar com crianças? Longe disso! Muito longe disso!
As crianças também aprendem muito rápido, e adoram descobrir coisas novas. Procure manter um equilíbrio entre essas duas coisas, principalmente enquanto ainda são muito pequenos.
Na viagem para o Imbé ficamos na casa do meu irmão. Em muitos casos viajar para visitar a família é uma ótima opção com os pequenos, pois ter uma estrutura de casa e tios para ajudar a cuidar pode ser ótimo!
Mas mesmo sem ir para casa de alguém da família, ter uma estrutura de casa sempre achei que ajuda muito quando você viaja com crianças e principalmente com bebês. É possível fazer a comida, e assim eles podem sentir o gostinho de casa ao invés de depender exclusivamente de restaurantes e comidinhas.
Sempre procurei hotéis com a copa do bebê quando ele era pequenino para os lanches e mamadeiras, hotéis com uma pequena cozinha no quarto ou aluguel de casas.
– Alugar uma casa para temporada nas viagens ficou muito mais fácil depois do Airbnb, e nossas experiências foram boas até agora. Minha dica é pesquisar bastante, ler os comentários de outros viajantes, e conversar com o dono do imóvel, mesmo por email é possível definir uma certa empatia com a pessoa que está hospedando, isso ajuda na decisão e pode evitar surpresas negativas.
Qual o melhor ou melhores destinos para viajar com crianças? Uma pergunta que pode gerar vários post e inúmeras respostas. Mas eu acredito que depende muito do perfil da família, e com isso qualquer lugar no mundo pode ser um ótimo destino para viajar com crianças. Basta que o lugar tenha a estrutura que a família busca para se divertir e descansar.
Até os 3 anos com meu filho nós sempre viajamos para lugares já conhecidos, e que tivessem muitos parques e lugares ao ar livre para crianças.
– Quando as crianças são pequenas não pode faltar na viagem o carrinho de bebê. Geralmente em viagem caminhamos muito, e as crianças cansam, pedem colo, por isso o carrinho é essencial. Lembro-me de vários episódios em que o carrinho foi a melhor peça da minha bagagem!
Quando Miguel tinha 3 anos fomos a Paris, e fizemos uma longa caminhada pelos Jardins das Tuileries e para conhecer a Notredame com ele no carrinho na hora da soneca da tarde! O carrinho foi uma grande ajuda para manter um pouco da rotina dele quando pequeno, pois permitia a soneca da tarde todos os dias, mesmo durante os passeios.
– Pesquise no seu destino os melhores parques da cidade, principalmente os que têm playground. É um descanso para os pais e uma diversão para as crianças.
Em 2015 meu marido foi fazer um treinamento na Califórnia por 20 dias e nós fomos com ele. Minha preocupação foi exatamente essa. Ficamos na região do vale do silício e num raio de 40 quilômetros eu mapeie e conheci todos os parques infantis da região. Foi uma viagem ótima, meu filho que estava com 6 anos adorou tudo!
Para o aniversário de 5 anos do meu filho o presente da família foi uma viagem para a Disney. Essa é outra questão muito falada em posts na internet e em guias de Orlando. Qual a melhor idade para levar seu filho à Disney? Quanto mais cedo você for, provavelmente mais vezes irão voltar! Isso porque Orlando não tem uma idade certa, tem atrações diferentes para cada idade. O parque preferido do meu filho aos 5 anos era Legoland, um parque direcionado para famílias com crianças até 12 anos. Tudo é mais tranquilo e infantil, tem ótima estrutura para os pequenos passarem um dia cheio de aventuras e diversão.
Porém aos 6 anos, quase 7, ele já preferiu ir ao parque da Universal Studios e curtir os brinquedos do Harry Potter e dos super heróis.
Seja qual for o destino, minha principal dica é sempre envolver as crianças, planejando juntos os passeios que irão fazer, contando a história do lugar com destaque para os pontos mais interessantes e curiosos. Museus, monumentos, passeios de barco, de ônibus ou de trem ganham charme se estiverem dentro de um contexto divertido para as crianças.
E quanto mais elas crescem e mais viajam, mais divertido e fácil vai ficando para que se tornem grandes companheiros de viagem.
Eu adoro viajar com meu filho, e mesmo com as dificuldades e as dores de cabeça pelas quais já passamos, é sempre muito divertido, muito especial, e voltamos cheios de novidades, fotografias e memorias que fazem parte da nossa história.
Aqui no blog encontrei um lugar para poder contar um pouco sobre essas histórias e os destinos que estamos conhecendo e espero poder ser útil nas dicas e sugestões para que outras famílias se divirtam e curtam conhecer lugares maravilhosos pelo mundo afora.
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