Há alguns anos não ia a Garibaldi. Na verdade, não ia desde os anos 80, quando a cidade abrigava a única pista artificial de esqui destas bandas e que fazia às vezes de Las Leñas no Rio Grande do Sul (resguardas as devidas proporções, é claro), garantindo a diversão (e os tombos cinematográficos) dos visitantes.
Desta vez, a nossa blog trip se dá a convite da Secretaria de Turismo, para que pudéssemos apreciar, antes de mais nada, o que a cidade tem de melhor: a sua hospitalidade e simpatia. Este post conta como a viagem aconteceu e como foi minha experiência nos locais em que passei.
Situada a aproximadamente 110 km de Porto Alegre, a cidade é de fácil acesso. Já na chegada é possível constatar a preocupação com a preservação das construções, dos casarios e das ruas invariavelmente arborizadas e floridas que, embora tenha influência francesa, a ascendência italiana é perceptível, quase palpável. Não é por acaso, então, a semelhança com as cidades do norte da Itália. A rua Buarque de Macedo é a principal da cidade e foi, outrora, a principal via de acesso e onde se concentrava o comercio local. Mais adiante voltaremos a falar dela.
Hospedamo-nos na Hotel Casacurta. Administrado pelos proprietários, o hotel ocupa uma construção dos anos 50, com inspiração francesa. A preocupação com os detalhes já se inicia na recepção: o mix de cores, os lustres de cristal, os móveis vintage e os livros displicentemente espalhados dão a decoração uma aura de intimidade.
O dia promete ser cheio e lá fomos nós. Primeira parada: o almoço. O lugar escolhido foi o restaurante do Parque da Fenachamp.
Enorme, o restaurante do Parque da Fenachamp, dispõe, sob a forma de buffet, uma infinidade de delicias. Fomos recebidos pelo proprietário, que simpaticamente explicou com os pratos foram concebidos e como estão inseridos na gastronomia local, com especial destaque para a abóbora caramelada e o porco à pururuca. As vidraças, enormes, emolduram a natureza, em um cenário perfeito.
Depois, iniciamos o tour pelas vinícolas e a degustação de espumantes e vinhos. As vinícolas que fizeram parte do roteiro foram a Courmayer, Don Laurindo e Milantino. Literalmente, mergulhamos em um mundo de sabores e aromas.
Com a ajuda de enólogos e sommaliers fomos conhecendo e experimentando as incontáveis formas e técnicas de vinificação. Todas as vinícolas possuem seus próprios parreirais e, claro, fomos conhecê-los. As plantações estendem-se até onde a vista se perde. Em cada carreira de videiras, há uma roseira: nesta época, estão todas floridas. Se eu achava que tinha, em casa, uma quantidade considerável de cores de rosas, vi o quanto ainda me falta … acho que todas as cores do mundo estão ali, em todos os tons e nuances, inclusive rosas policromáticas.
Ao parreiral, acrescenta-se o infindável caleidoscópio de cores das rosas. E elas não estão ali (apenas) para fazer bonito: servem como alerta, aos enólogos, de possíveis “doenças” que acometem as videiras, uma vez que são elas as primeiras a sofrerem com os revezes da natureza. No ar, espalha-se o perfume das lavandas que, aqui, existem em profusão. A degustação prosseguiu ao longo da tarde e se repetiu a cada vinícola. Para os apreciadores de vinho (o que, de longe, não é o meu caso), um programa e tanto.
As vinícolas estão na zona rural da cidade. O cenário é o mais bucólico possível. As casas, em sua maioria de madeira, fundem-se com as cores. Os lagos servem de espelho. Jardins bem cuidados misturam-se com as flores espalhadas ao longo da estrada. Não me lembro de ter visto tantas cores juntas nos últimos tempos.
Ao final da tarde retornamos à Hostaria e, em seguida, fomos para o evento principal desta época do ano: o Garibaldi Vintage.
Como eu já tinha falado lá no início, a rua Buarque de Macedo abriga o evento. Centenária, a rua, no passado, serviu de moradia aos primeiros imigrantes e os seus comércios. Suas casas ainda estão lá, cuidadosamente restauradas em seus detalhes arquitetônicos.
A cada esquina, ao cenário, agrega-se a beleza retro dos automóveis das décadas passadas: são Impalas, Mustangs, Mavericks e Buicks. Os lendários rabos de peixe e os Aero-Willys (tínhamos um, branco, lindo!). Os Pumas e os Opalas. O Ford 1929 e os Corvettes. Passado e presente se fundem.
A impressão que se tem, é que se está em uma festa local: todas as pessoas que por ali circulam parecem ser locais. Se há turistas, eles são imperceptíveis, como nós (acho!). A orquestra mistura músicas de época com musicas atuais e o som se espalha não apenas pela rua, mas por toda a cidade. Experimentamos a simpatia e hospitalidade (como já falei lá no inicio) dos garibaldenses. Estávamos à vontade. A festa se estende por um bom tempo e avança na noite.
No dia seguinte, logo pela manha, fomos a uma autentica vidraria, com produção artesanal: a Madelustre. De certa forma, lembra um pouco os mestres vidreiros de Murano ao associar a arte milenar de soprar vidros. As peças são lindas. Não resisti e trouxe algumas. É possível fazer um tour na empresa, desde que se agende previamente.
A próxima parada, para o almoço, foi na casa da família Vaccaro. Isso mesmo, fomos almoçar com a família, que nos receberam na sua sala de jantar. Simpaticíssimos, os donos, Natalina e Chico, foram perfeitos anfitriões e ofereceram o que tinham de melhor: seus famosos almoços. As fotos dizem tudo. Então, não vou falar mais nada. Eles aceitarão a sua visita também, desde que você agende previamente.
A sensação, ao final, mesmo que seja repetitivo, é de ter retrocedido no tempo. De ter mergulhado em um mundo de sabores, aromas e cores. De fazer parte de um cenário onde o bucólico é real. A sensação mais forte, porém, é a de que é preciso voltar. O mais breve possível.
Special tanks: Melina Casagrande e Ivane Favero, da Secretaria de Turismo de Garibaldi (pela contagiante simpatia), Alexandra Aranovich, Joice Rodzinski e Manuella Colla (pela impagável companhia)!
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