Viemos conhecer a comunidade São Francisco do Canapanari no Pará e a Casa da Farinha e vou contar tudo! Estou cada vez mais apaixonada por esta região.
Visita a Casa de Farinha na comunidade de São Francisco
A casa de farinha é o local onde se transforma a mandioca em farinha, ingrediente muito utilizado na elaboração de vários alimentos, vários pratos da cozinha tapajônica/ Amazônica.
Conhecer a forma como se faz a farinha é sem duvida mergulhar no modo de vida amazônico e entender a importância em respeitar a cultura do homem, da mulher caboclos.
Cada vez mais o turismo de experiência tem se tornado tendência em várias regiões do mundo e no Brasil, é claro, não é diferente. Mas afinal, o que seria isso?
Pude vivenciar essa experiência em minha última viagem para Amazônia, mais especificamente em Santarém, no Pará.
Entre banhos em praias de rio, almoços regados a peixe e tucupi, visitei e conheci de perto a Casa da Farinha na comunidade São Francisco do Canapanari para ver de perto a produção local do alimento mais consumido no norte do país, a farinha de mandioca.
Durante a visita fui recebida pela família do seu Bene, em sua pequena propriedade rural, onde encontramos plantação de mandioca, açaí, ingá-cipó, camu-camu… claro, estamos em meio a floresta Amazônia, a variedade de alimentos é tão diversificada quanto as lendas da região.
Comunidade São Francisco do Canapanari
Na comunidade, onde vivem mais de 70 famílias, acompanhei de perto a retirada da raiz da mandioca do solo. Seu Bene explicou que ele ainda usa os métodos tradicionais herdados dos índios para a produção dos mais variados produtos extraídos da mandioca, como as farinhas secas, farinha d´agua, e o famoso tucupi.
Com as mãos na terra
Já nesse primeiro momento eu senti uma dificuldade em identificar qual árvore, dentre várias árvores de diferentes tamanhos teria a suculenta raiz tuberosa.
A dona Sebastiana, que vive do extrato da mandioca há anos, não disfarçou a risadinha, claro, que tipo de pessoa não consegue identificar um pé de mandioca? Ela, com toda paciência do mundo, me explicou que teríamos que identificar a árvore pelo tipo de folha, logo em seguida ela apontou para o solo.
Lá fui eu colocar as mãos na terra e retirar a raiz que estava quase que na superfície, com pouco esforço consegui retirar a primeira mandioca da terra, primeira etapa concluída com sucesso.
Ainda na lavoura, uma colega que estava no grupo viu algo parecido com uma vagem meio marrom meio verde, parecia um pedaço de tronco retorcido. Dona Sebastiana nos explicou que aquilo era uma fruta bastante conhecida na Amazônia chamada Ingá, muito boa para combate a dor e reumatismo.
Começamos a entender que existe uma verdadeira magia dentro da floresta, cada passinho que dávamos era uma nova descoberta de alguma fruta com propriedades medicinais.
Aos poucos vamos adentrado em um mundo repleto de novos sabores e texturas únicos que não encontramos nos supermercados. Vamos reparando nos detalhes simples mas cheios de significados, que na correria do nosso dia a dia acabamos passando despercebidos pelos pequenos prazeres como apreciar uma fruta derretendo na nossa boca.
O alimento desde a origem
Durante a visita não tive como não pensar em como estamos desconectados com a nossa alimentação.
Muito provavelmente quem mora em cidade grande não sabe de onde vem o alimento que está no prato, não temos nem ideia de qual processo o alimento passou até chegar ao nosso paladar, se foi industrializado, acrescido de suplementos, corantes. E, muito menos, de onde esse alimento surgiu, se ele foi produzido do outro lado do país ou em outro continente.
Saindo da lavoura, fomos para a próxima etapa, descascar a mandioca. Assumo que eu não sou uma pessoa com dotes culinários, não tenho intimidade nenhuma com a cozinha, mesmo assim consegui descascar a mandioca com aquele pedaço de ferro tão simples, mas tão eficiente criado pelo Seu Benê, dono da lavoura.
Em seguida, entre contação de “causos” e muitas brincadeiras, vimos a trituração da mandioca no pilão seguido da prensa para retirada do líquido venenoso, chamado de água de mandioca. Depois de peneirada e torrada. A farinha está pronta para o consumo.
É importante salientar que cada lavoura tem a sua técnica desenvolvida e passada de geração por geração, além do mais podemos perceber o quanto as famílias da comunidade se sentem valorizados com esse tipo de iniciativa onde os turistas vão em busca de adquirir essa vivência de resgate.
Podemos perceber quão enriquecedor esse tipo de turismo é, tanto para os visitantes quanto para a comunidade.
Com o turismo de experiência nós somos inserido de volta ás nossas raízes, de volta ao quintal do avô que plantava uma hortinha, de volta aos tempos que a gente visitava aquela tia no interior de Minas.
Comunidade São Francisco do Canapanari
O saulo (Casa do Saulo) trabalha com a valorização das tradições das comunidades ribeirinhas. Saulo fez uma pesquisa durante 2 anos tentando entender pq o farinha que era tão famosa na região do para deixou de ser produzida. Após vários estudos ele entendeu q a nova geração tinha vergonha da agricultura e decidiram trabalhar fora da zona rural
O processo agora é de fomentar o turismo nessa área rural para conhecer melhor o processo de manejo da farinha e assim valorizar o trabalho da comunidade e gerar mais renda para a população.
As comunidades são influenciadas pelas tradições indígenas, constipam se organizar em pequenas comunidades.
O pessoal da política, secretaria de turismo e empresários estão se reunindo para conseguir essa valorização da região amazônica, diversidade de produtos, tentar conciliar o ganho financeiro mas sem utilizar agrotóxicos ou monocultura ou qualquer tipo manejo que seja prejudicial ao solo no logo prazo. (Valorização dos orgânicos e produtos frescos sem adição de produtos químico)
Para fazer a visita a comunidade basta entrar em contato com
Casa do Saulo Restaurante
Fone: 93-99224-4691
E-mail: casadosaulo.eventos@gmail.com
Press Trip
O Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Turismo – SETUR e Secretaria Municipal de Turismo de Santarém – SEMTUR convidou o blog Mari pelo Mundo para participar de um Press Trip de 19 a 24 de Setembro no Período do Çairé.
Fique em contato!!!
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