Marraquexe em Português, Marrakech em Françês e Marrakesh em inglês. Também é a “cidade vermelha”, a “pérola do sul” ou a “porta do sul”.
Viajar é, de longe, minha atividade favorita: invariavelmente gosto de qualquer lugar. Não existem lugares ruins: o que pode existir, mesmo, são lugares explorados inadequadamente. Há beleza mesmo nos lugares mais inóspitos. Não que isto sirva para Marrakech, mas são premissas que devem ser consideradas sempre que você viaja pela primeira vez para algum lugar.
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Marrakech merece, antes de qualquer coisa, uma atenção mais especial nos momentos que antecedem a viagem.
Marrakech só será interessante se você puder despender o suficiente para ter conforto. As principais redes hoteleiras estão presentes em Marrakech também, mas com a diferença de ficarem um pouco afastados do que é mais interessante por lá, ou seja, a Medina, seu emaranhado de labirintos e os famosos souks (mercados gigantescos que vendem – literalmente – de tudo).
Comece pela escolha de um hotel com boas recomendações. Se escolher por sites de reserva, tipo Booking, prefira aqueles com avaliações “ótimo” ou “fabuloso”. No nosso caso, escolhemos um Riad em Marrakech (designação dada aos palacetes situados dentro da Medina, fechados para o exterior e que, com o tempo, transformaram-se em pequenos grandes hotéis), nestes moldes, ou seja, praticamente 100% das opiniões dos hóspedes o classificavam como fabuloso.
Na sequência da reserva, já nos avisaram que haveria receptivo no aeroporto quando da nossa chegada e, mesmo chegando por volta das 23 horas, seríamos recebidos com o jantar. Já na chegada, as atenções do Riad escolhido estavam presentes: o motorista uniformizado nos esperava na recepção do aeroporto (pequeno, fácil de movimentar-se) e nos levou até a van do hotel (uma Mercedes, com 4 lugares, dispostos em 4 poltronas individuais gigantescas, com diversas amenidades e mimos a bordo).
Se não contratar o serviço completo, não hesite em contratar os passeios. Não vale a pena fazer por conta própria na primeira viagem (Links da empresa Civitatis que seleciona empresas de referência na região e com pagamento em reais). Os mais famosos são:
Transposta a porta de entrada, o mundo rapidamente mudou de cenário: o Riad era mais ou menos como um palácio que estamos acostumados a ver em filmes: o átrio central vazado abrigava uma gigante piscina rodeada por palmeiras e outras árvores nativas. Ao redor da piscina, mesas com louças, taças e copos impecavelmente sobrepostos, tudo iluminado por uma indelével iluminação de velas.
No primeiro contato, o gerente fez o possível e o impossível para nos colocar à vontade, ao que foi (muito) bem sucedido: serviu-nos o característico chá de menta com especiarias e sentamo-nos em uma das várias salas laterais do jardim central, em mesas levemente mais baixas que o normal. Já nesta oportunidade, negociei o city tour para o dia seguinte. O jantar, servido na sequência, só reafirmaria que a escolha do Riad não poderia ter sido mais perfeita.
O quarto, limpíssimo e inodoro, possuía uma decoração que nos ambientava perfeitamente onde estávamos: diversos lustres multicoloridos pendiam do teto, a predominância dos mármores verdes e os alvíssimos lençóis sobre uma cama gigante compunham o cenário. Todos os quartos estavam dispostos sobre o mezanino. No terraço, uma piscina ladeada por vários gazebos completava as dependências do Riad ao mesmo tempo em que proporcionava uma vista espetacular da Medina.
O trajeto aeroporto-hotel em nada sugeria o que veríamos pela frente. Embora a paisagem fosse magnífica e iluminada por uma lua impressionantemente brilhante, certo tempo depois, aproximamo-nos dos gigantescos muros avermelhados que envolvem a Medina, marcados pelos milhares de buracos em toda a sua extensão (segundo consta, os buracos servem para a entrada de ar, uma vez que a cidade é fechada pelos muros).
Ao final, chegamos até onde era permitido circular-se de carro. Neste local, outras pessoas do staff do riad nos aguardava: não nos permitiram carregar nada e, em seguida, entramos em um impressionante labirinto (a primeira vista) sem fim … praticamente tudo é igual e, espaçadas irregularmente, uma e outra porta era o que se via. Dobramos infindáveis vezes e cada vez mais eu perdia a noção do espaço até que, finalmente, chegamos diante de uma porta (e era só esta porta, uma vez que não havia janela ou qualquer abertura externa) gigantesca.
Um de nossos condutores a abriu e, finalmente, entramos. É claro que, a estas alturas, imaginei que nunca mais eu poderia sair dali, simplesmente porque seria incapaz de me encontrar naquele labirinto (dica: este pensamento não faz sentido como contarei adiante, então nem ouse pensar assim).
Optamos, então, pelo city tour já agendado (claro, a principal motivação foi a primeira impressão advinda do labirinto que imaginávamos ser a cidade e a dificuldade que teríamos em nos movimentar). No dia seguinte, na hora marcada (antes, claro, o café fora servido à beira da piscina), lá estava novamente o pessoal para nos levar até a van que nos conduziria ao passeio. Tudo de novo: os empregados fizeram questão de carregar as pouquíssimas coisas que levávamos e, no trajeto, explicaram-nos como encontrar-se na infinidade de ruelas: é simples, muito simples mesmo e não faria sentido eu querer explicar aqui, uma vez que o senso de localização é essencialmente, visual, mas esta explicação tem que ser dada ao mesmo tempo em que você visualiza o que lhe foi dito. Eu só saberia que havia assimilado tudo quando me vi só. Não tem mistério.
A van que nos aguardava era, novamente, uma Mercedes, igual a anterior, mas com outro motorista (que era doutor em Sociologia!). Depois de uma rápida circulada nas ruas da Medina, levou-nos ao Palmeiral (La Palmeraie), assim chamada a zona que antecede o deserto e que é coberta com palmeiras, um cenário surreal e bastante extenso. É bem afastado do centro mas, para nós, com transporte contratado, não se constituiu em problema. É onde ficam os nativos com camelos de aluguel para passeios. Simpaticíssimos, eles nos agradaram de todas as formas, até que fizemos o tal passeio (para quem está acostumado com cavalos, como eu que mora no pampa gaúcho, pouca diferença achei e logo pedi para descer). Vale, entretanto, pelas fotos e, segundo consta, o passeio no Palmeiral no horário do por do sol ganha um espetáculo extra pelo efeito das cores.
Dali, fomos ao Jardin Majorelle, situado no centro da cidade, impressionante jardim tropical, cuja construção se dá a partir da década de 30, pelo pintor Jaques Majorelle e, depois, na decada de 60, sofre a influência de Yves Saint Laurent, para nos apresentar o espetáculo que se desvela por nossos olhos. É simplesmente lindo. Impressionista, seus recantos com inspiração islâmica se espalham por uma grande área em um mix de cores encantadoras. Tudo é extraordinariamente belo e o contraste dos espelhos de água com as cores produzem um efeito arrebatador. Há, ainda, um pequeno museu de inspiração berbere, pago a parte. Todo o tempo que se passa ali, no jardim, será sempre pouco.
O próximo destino são os jardins de Menara, assim chamado em função dos telhados do prédio ali construído, como telhados verdes. O ingresso é gratuito. Fica em Aïn Mezouar, rua próxima ao centro. Um gigantesco lago artificial é ladeado por uma quantia infinita de oliveiras e árvores frutíferas (aliás, uma característica de Marrakech: por todos os lugares são vistas laranjeiras cobertas de frutos). Situada aos pés da cordilheira do Alto Atlas, o local é como um oásis gigantesco e acho que é (mais ou menos) por aí a sua importância no contexto marroquino: um lugar que inspira frescor. Não é preciso que se despenda muito tempo e uma rápida visita, mais para registro fotográfico, é o suficiente.
Palácio da Bahia (não, não é uma alusão a Bahia que você certamente imagina: Bahia aqui significa bela) é a próxima parada. Paga-se pela visita, mas o valor é simbólico. Sua construção foi iniciada ao final do século XIX pelo grande-vizir Si Moussa e finalizada anos mais tarde pelo seu filho. Está situado no número 5, da Rue Riad Zitoun el Jdid É, como o nome diz, um palácio com 150 aposentos. Com inspiração marcadamente andaluza, a sua grandiosidade, em termos de tamanho, impressiona. Não há móveis em seu interior e o caminho é sinalizado por setas, o que facilita o trânsito por entre salas, salões e jardins internos. Durante o percurso, é possível apreciar-se as pinturas do teto, os revestimentos de maiólica e de azulejos zellij.
O interessante é imaginar-se que ali viveram o proprietário, suas quatro esposas e suas 24 concubinas, o que explica a imensidão do lugar. Em todos os espaços ao ar livre fontes de águas translúcidas se misturam com arvores frutíferas, em sua maior parte, laranjeiras (ainda me pergunto o porquê de não ter visto ninguém apanhando as laranjas). O passeio aqui é rápido e cinge-se a seguir as setas com eventuais paradas para fotos.
A Jemaa el-Fnaé o nosso próximo destino. Situada no El Ksour, seu minarete pode ser visto de qualquer lugar da cidade. Foi erguida no século XII e é rodeada por um jardim. O que chama a nossa atenção é o seu tamanho. Não pudemos entrar, uma vez que o que guia nos disse que não eram aceitos turistas em seu interior (o que não é verdade, como veremos a seguir). Desta feita, nos limitamos a fotografar e fazer um breve reconhecimento do seu entorno. Voltaríamos depois (e sós) para uma visita mais detalhada, o que aconteceu no dia seguinte! Realmente tudo impressiona: o ritual, a fé e o respeito comedido dos fiéis, a organização, o silêncio. Há lugares específicos para homens e mulheres, que não entram juntos na mesquita. Ficamos do por do sol (lindo) ao anoitecer nas imediações, apreciando a movimentação. Parece que todos os habitantes de Marrakech passam por lá, todos os dias. A propósito, o céu de Marrakech do entardecer até a noite é como se tivesse sido pintado por algum artista famoso: diversos tons de azul vão se sucedendo, até terminar em um azul escuro, iluminado pela lua e pontilhado por estrelas reluzentes.
Já finalizando o passeio, o nosso guia levou-nos a um grande bazar, longe dos souks, que se caracterizava pela organização e qualidade das mercadorias. Um lugar daqueles que, certamente, tem convênio com os Riads e que destinam comissão quando os turistas lá compram. Realmente muito bonito, tudo muito organizado e com uma coleção de peças invejável. Mas caras. Saímos sem comprar nada. Aí termina nosso passeio e somos levados ao Riad. Voltávamos com algo mais recompensador: a sensação de liberdade para nos aventurarmos, sós, por Marrakesh. E assim foi o que aconteceu nos dias seguintes. Em resumo: use, sim, estes passeios guiados, até porque os lugares que descrevi acima requerem transporte para chegar. São ótimos para lhe dar a segurança necessária em território diferente do que você (possivelmente) já viu antes.
Já acostumados com a cidade e nos sentindo praticamente marroquinos, fomos nos aventurando cada vez mais longe (sempre a pé) nos dias que sucederam nossa chegada.
Nosso primeiro rumo foi a Praça Jemaael-Fna (fica em El Ksour). Devo confessar, entretanto, que não chegamos até ela nesta primeira tentativa. Estávamos no caminho quando fomos insistentemente perseguidos por um dos condutores de caleches que fazem seu ponto nas imediações da praça. Em um primeiro momento, nunca considerei esta possibilidade de transporte ou de passeio em nenhum outro lugar do mundo.
O primeiro valor, impagável, foi diminuindo à medida que o condutor percebia que nós não estávamos interessados, até chegar a um valor praticamente simbólico. Aceitamos e nos acomodamos a bordo da caleche (carruagem de inspiração, obviamente, francesa, de dois lugares), muito confortável, com sinos que tintilavam suavemente ao compasso do trote dos cavalos. O passeio durou em torno de uma hora e meia: iniciou ao entardecer e findou já à noite (como eu já disse, tudo fica mais belo e coberto de magia neste horário). Simpático, o condutor se esmerou em nos descrever os lugares por onde passávamos, deu-nos dicas de passeios e de segurança e, a certa altura, distanciou-se, um pouco da Medina. Interessante e uma ótima alternativa para um passeio diferente (eu nunca teria aceitado se tivesse só: é um passeio em que companhia é imprescindível).
No dia seguinte (finalmente) formos à praça. Parece que toda a população se dirige para lá ao final do dia, melhor hora, na minha opinião de visitá-la (aliás, acho que não só minha, como de toda a cidade!). Cheia de significações religiosas, a praça outrora foi o lugar onde eram executados bandidos e o nome da praça é uma alusão à Assembléia dos Mortos, onde as cabeças destes ficavam expostas à apreciação pública. O lugar também invoca uma mesquita há muito desaparecida. Tudo o que você poderia querer ver em Marrakech em termos de culturas locais a praça é o palco ideal: grupos de pessoas conversam animadamente (engraçado, mas homens e mulheres fazem isso separadamente), encantadores de serpentes, faquires, malabaristas, curandeiros e dançarinos fazem o mix de atrações que dividem espaço com as inúmeras barracas de alimentos que se espalham ao longo da praça. Interessante!
A pé, ainda é possível rever locais por onde passamos no city tour motorizado ou por aqueles que fizemos a bordo da caleche.
As próximas caminhadas foram dedicadas a explorar o souk. Realmente uma tarefa que demanda tempo e paciência. Mas claro, até os viajantes inciantes sabem disso: tempo, afinal, é um elemento subjetivo quando se está em viagem e impaciência não combina com turismo ou com compras: isso é prazer e, ao menor indicio de que isso se transformará em tortura, volte correndo prá casa (mesmo que seja preciso pagar todas as taxas do mundo para você antecipar o seu vôo). Certamente existem mais lugares que deveriam ser visitados. Demo-nos por satisfeitos com o que fizemos e aproveitamos.
Praticamente tornamo-nos habitues do La Terrasse des Epice, um restaurante típico, ótimo, e próximo do nosso Riad. Como o próprio nome já diz, está situado em um terraço no meio dos souks e que permite a visão de 360º da cidade. As mesas estão dispostas sob gazebos e a culinária é um mix entre pratos típicos marroquinos e franceses.
As meninas que atendem são eficientíssimas e estão sempre prontas para atendê-lo. Na parte gastronômica, vale também experimentar o L’Annexe e o La Sultana. Simplesmente perfeitos e imperdíveis. Em qualquer um deles, valerá cada dirham (a moeda local) que você despenderá (muitos, por sinal).
A propósito: Marrakech não é o lugar ideal para aventuras gastronômicas e, muito menos, lugar em que você pode comer em qualquer lugar. Tome muito cuidado com relação a isso. A água geralmente não é potável e na maioria dos lugares há aviso sobre isso. Água mineral, então, é item obrigatório.
Pague, preferencialmente, com dirham, a moeda local. Aceitam outras moedas, mas o câmbio não lhe será, certamente, favorável. Evite o cartão de crédito uma vez que, quando aceito, é cobrado uma taxa extra.
Seguimos, nos próximos dias, caminhando e descobrindo novos lugares no souk. O mercado é gigantesco e absolutamente tudo está à venda. Você dividirá espaço nas ruelas estreitas motos, bicicletas, pequenas carroças puxadas por burros e uma infinidade de pessoas. Não, você não será atropelado: não sei bem o porquê, mas há uma ordem neste caos.
É muita coisa para ser vista e para ser comprada. No meu caso, compras são tão importantes quanto a própria viagem. Eu preciso comprar, sempre. Entretanto, mesmo para compradores compulsivos como eu, a constatação é óbvia: não faz sentido você querer comprar meia Marrakech (ou a Marrakech inteira) se tudo o que está à venda por lá, também está à venda aqui no Brasil e com preços semelhantes. Então, não faz sentido usar aquele seu contêiner (dobrável) de estimação e que você carrega prá qualquer lugar (e, o pior: com a certeza de que ele voltará abarrotado).
Restrinja-se somente aquilo que você nunca viu ou aquilo a que você realmente não resistiu. Sim, há objetos que não existem por aqui (poucos, mas existem) e outros que, mesmo não existindo aqui, são de ingresso proibido, como é o caso de peles de animais selvagens e os produtos de origem vegetal.
Se algo lhe interessar, inicie o processo de compra: regateie preços. Isso é da cultura e não se compra sem regatear. Mas, se ao final você não comprar, desculpe-se com o vendedor, eles não gostam de interrupções bruscas na negociação como nós, brasileiros, estamos acostumados.
Eles são realmente simpáticos e vão fazer questão de vender para você, praticamente pelo preço que você se dispõe a pagar por aquilo que escolheu. Se você pretende voltar a um determinado local, peça a localização ao vendedor e a anote, caso contrário vai ser como procurar uma agulha em um palheiro.
Chegou, então, o dia de partirmos. Usamos novamente as comodidades de transfer oferecidas pelo hotel. A propósito, não usamos táxis (mesmo assim fomos alertados para a necessidade de negociar preços e ficar atento ao tipo de veículo em que embarcará).
Dica: vá mais cedo para o aeroporto, principalmente nestes novos tempos em que o medo está presente em todos os lugares, principalmente nos aeroportos.
Na área de embarque, há várias opções para o café e algumas comidinhas típicas. Não perca esta última oportunidade, nem que seja para tomar o (já descrito) chá de menta.
Aproveite ao máximo sua experiência em terras marroquinas: deixe-se encantar pelo inusitado, pela atmosfera mística vigente e pelo sorriso fácil dos nativos. Ao final, será imperioso concluir que você foi muito bem-vindo nestas paragens e que, sim, você terá que voltar!
Post de maio de 2016 – atualizado em maio de 2022
Victor Kloeckner Pires
Sempre em busca de belas obras de arte, belas fotos e das melhores coisas que a vida pode oferecer.
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