Mariana Marques diretamente de Doha para o Blog Mari pelo Mundo
Quando desembarquei há mais de 1 ano para iniciar uma nova vida em pleno Oriente Médio, mais especificamente no Qatar, me deparei com uma série de hábitos e comportamentos que eram muito diferentes do que tinha vivido minha vida toda. Sabe aquela expressão de “Oi?” que fica estampada no seu rosto sem nenhum disfarce (queixo caído compondo a cena)? Era eu tentando entender! Pensando em algumas pequenas diferenças da nossa cultura, cheguei a pelo menos 30! Poucas, eu sei (sqn)! Vamos conhecer algumas para não ficar por fora quando desembarcar por aqui?
Não estranhe se você estiver batendo perna no shopping e de repente no momento que está experimentando aquela blusa linda no provador, começar um som diferente de tudo que já escutou ecoar pelo shopping ou ainda passeando pela marina, tomando um café e esse mesmo som ecoar: são as cinco orações diárias que fazem parte dos cinco pilares do Islamismo. Hoje em dia até aplicativos e sites ajudam a saber a hora certinha das orações. No excuses!
Acho que essa foi uma das coisas mais diferentes que vi quando cheguei! É comum ver os homens por aqui se cumprimentando tocando a ponta do nariz, em sinal de respeito mútuo. É o chamado Khashmk. Sei que você deve estar pensando: “Comportamento suspeito, hein?”, mas não. Este cumprimento mostra que ambos estão no mesmo nível e não um superior ao outro.
Parece surreal, eu sei. Mas não é incomum esse comportamento em restaurantes, por exemplo, quando a maquininha não vem na mesa por ser sem fio. Outra situação também (por experiência própria) é dar ao despachante o cartão e senha para resolver algo e ele trazer bonitinho sem gastar nem um centavo a mais. Ainda não me acostumei tão bem assim, confesso.
Não é a toa que digo que o falcão é rei. Os bichinhos tem hospital e salão de beleza a disposição! No mundo árabe, ter um falcão é ostentação e símbolo de status, inclusive podendo viajar nos aviões de algumas companhias aéreas do Oriente Médio fora da caixa e com seu próprio passaporte (a esta altura já devem estar achando que estou doida). Os árabes adoram treinar e cuidar deles pois foram eles que na época das tribos beduínas, garantiram o sustento de muitas famílias durante momentos de escassez de alimentos, caçando pequenos animais graças a sua ótima visão. Dessa forma, a falcoaria é um dos esportes preferidos por lá e não tão baratinhos assim. Um falcão pode custar facilmente 30 mil dólares! Ah essa riqueza dos petrodólares!
Os olhos das árabes são bem expressivos naturalmente e o uso do Kajal ou Khol ajuda a deixar mais ainda esta marca registrada. É comum ver as mulheres todas cobertas deixando apenas os olhos ou o rosto de fora (com exceção daquelas que optam pela burca que cobre tudo e mais um pouco), mas os olhos com a make up em dia! Tenho que dizer que adoro a maquiagem árabe! O Kajal é item super básico na nécessaire da mulherada no Oriente Médio e da Índia também. Desde a época dos egípcios, acredita – se que os componentes ajudam a proteger os olhos para possíveis problemas de vista e afastar o mau olhado. Por isso também volta e meia você dá de cara com uma criança com os olhos pintadinhos iguais os da mamãe.
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Cheguei aqui em Doha querendo fazer a Jade e aprender a dança do ventre in loco, quando descobri que não era ela a dança típica do Golfo Pérsico e sim a dança Khalege, que quer dizer Golfo. Para quem não sabe, os países do Golfo são: Qatar, Emirados Árabes, Bahrain, Arábia Saudita, Kwait e Oman. A dança do ventre é típica em outros países árabes como o Líbano e o Egito. Fui a um casamento assim que cheguei ao Qatar e estranhei aquela dança diferente, mas ao mesmo tempo bonita que as mulheres dançavam animadamente. Elas corriam pra “pista” (que era uma passarela) todas serelepes e eu pensava: “Essa música deve ser o hit pela correria pra dançar”. Nesta dança, as mulheres vestem túnicas finas e bordadas e o ritmo é o Soudi, que envolve a marcação dos pés constante todo o tempo e o movimento circular da cabeça. Jogar o cabelo claro, também faz parte do charme!
Visitar um país arábe é uma experiência que indico para todos! Essa mistura de tradições do passado e modernidade que me encantam diariamente. A troca cultural tão intensa que você vive vale muito a pena e você aprende que o que é até então diferente, pode ser lindo e muito interessante! Vem comigo desvendar o mundo árabe!
Mariana Marques, carioca, turismóloga e casada com o João. Foi Comissária de bordo por incríveis 8 anos e desde que deu o 1° passo no mundo da aviação, já tinha sido picada pelo famoso “travel bug”. Atualmente morando no Qatar, mas sempre explorando cada pedacinho desse globo, tem o passaporte carimbado em mais de 30 países. Quer dividir não só as curiosidades e encantos do mundo árabe mas também cada cantinho deste mundão afora!”
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