Direto da redação de Mari pelo Mundo com Rose Tavares, nossa Masterchef
Como vamos começar a falar de gastronomia, receitas e viagens, temos que começar pelo começo e obviamente por um dos meus lugares preferidos.
A França é uma das cozinhas e escolas mais reconhecidas de gastronomia do mundo e para explicar porque esse país ocupa tanto destaque temos que voltar um pouco no tempo
A Gastronomia Francesa, a comida de todos os dias e os Gaulêses
O livro do historiador Jean-Robert Pitte, explica as origens ancestrais da vocação francesa para a cozinha, ou como disse o autor, é necessário entender o porquê dessa reputação e também descobrir o que distingue a gastronomia da alimentação de todos os dias.
Amantes de alegres festejos, o povo gaulês desenvolveu um formidável apetite e deixou de legado essa tradição de convívio à mesa que atravessa os séculos.
As refeições campestres e as cerimônias de casamento no campo possuem sem dúvida uma ligação com os costumes gauleses.
Crepes Suzette
Vamos começar por uma das receitas que eu mais gosto, uma clássica e simples sobremesa: Crepes Suzette!
Diz a lenda (porque jamais saberemos a verdade) que essa receita foi um acidente do chef Henri Charpentier, que havia sido encarregado de preparar um grande banquete para receber o príncipe de Gales, Eduardo VII.
Por uma distração Charpentier errou a dose do licor e os crepes acabaram flambando além do normal. Esperto como era, resolveu o problema com um grito de “Voilá”como se tivesse sido de propósito.
É como eu sempre digo, mesmo que você não tenha certeza de algo, faça com convicção.
Impressionado, o príncipe Eduardo perguntou o nome da sobremesa, e mais uma vez improvisando o chef respondeu: “Crêpes Princesse”.
O príncipe agradeceu, mas disse que iria chamar de “Crêpes Suzette”, em homenagem à dama que o acompanhava.
Crêpes para o alto
Muitos dizem que essa história é apenas mais um “conto da carochinha” e há várias centenas de histórias ligadas aos crepes, cuja forma e composição resistiram até aos tempos modernos.
Uma das histórias que se conta é o hábito de levar cada convidado a preparar o seu crêpe e fazer um desejo antes de jogar o crepe para o alto.
Se cair aberto e do lado certo, o desejo será imediatamente atendido. Caso contrário, o pedido só poderá ser refeito no inverno seguinte…
Mas não precisamos esperar até o próximo inverno para provar essa deliciosa receita. Aqui, vamos inspirados em uma receita do restaurante francês La Cassarole, anota ai:
Como fazer
Massa
- 1 pitada de sal
- 1/2 colher de sopa de óleo de canola ou girassol
- 1 xícara de chá de leite
- 3 ovos
- ¾ de xícara de chá de farinha de trigo peneirada
Calda
- 1 e 1/4 xícaras de chá de açúcar
- 1/3 xícaras) de chá de manteiga
- 1 e 1/3 xícaras de chá de suco de laranja
Montagem
- 1/3 de xícara de chá de licor Grand Marnier (ou outro licor de laranja)
- Gomos e raspas de laranja ou tangerina para decorar
Modo de preparo
Massa
Leve ao liquidificador todos os ingredientes da massa e bata até que a mistura fique homogênea. Unte com manteiga uma frigideira antiaderente de aproximadamente 10 cm de diâmetro.
Aqueça bem e coloque um pouco da massa até que ela cubra todo o fundo da frigideira numa espessura de três milímetros. Quando a panqueca se desprender do fundo da frigideira, vire. Repita a operação até o fim da massa.
Quando todas estiverem prontas, dobre em formato de triângulo e reserve.
Calda
Leve o açúcar em frigideira antiaderente em fogo médio até que derreta. Acrescente a manteiga e após alguns minutos adicione o suco de laranja. Deixe em fogo baixo por aproximadamente dois a três minutos até que a calda fique um pouco mais espessa. Reserve.
Montagem
Acrescente as panquecas à calda quente na frigideira e deixe por mais 30 segundos aproximadamente para que fiquem bem cobertas. Junte o licor e flambe (vire um pouco a frigideira para que o fogo da chama passe para a panela e acenda o álcool).
Sirva três panquecas em cada prato, decorando com gomos de laranja ou tangerina e casca da fruta cortada em julienne (tiras)
Laboratório, Política e Conversa
Anthony Rowley diz que foi Luis XIV quem de à gastronomia sua supremacia nacional. Colocou os jantares da corte como influenciadores políticos, é a origem dos banquetes diplomáticos.
É atribuído a Luís XIV o hábito da conversa à mesa, porque, para os franceses, não é importante apenas o prazer de comer mas também de falar sobre ele.
Passados trezentos anos, temos várias receitas clássicas de alguns desses jantares e que vamos contar um pouco para vocês nos próximos posts. Além de, claro, ensinar como podemos explorar um pouco esse incrível mundo da culinária.
Espero que tenham gostado… em breve teremos a história das famosas irmãs Tartin e suas tortas.
Rose Tavares
Relações-Públicas e agora travel blogger. Desde que descobri o mundo da gastronomia, a cozinha virou a minha melhor terapia. Amo viajar e conversar sobre as melhores coisas da vida. Nada melhor que juntar tudo isso e falar sobre receitas, suas origens e curiosidades para vocês.